Staccato Dança Contemporânea

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O percurso artístico da carioca Staccato | Paulo Caldas iniciou-se em 1993. Através de uma consistente pesquisa de linguagem e de uma estética baseada na dramaturgia de movimento, a companhia estabeleceu um universo corporal próprio e em contínua exploração, tanto em sua dimensão expessiva quanto técnica.


Seu repertório, singularizado por uma frequente e bem sucedida aproximação com a linguagem cinematográfica, inclui obras que marcam a dança carioca desde os anos 90. Ao longo dos anos, sua produção foi apresentada na Alemanha, Estados Unidos, França, Itália, Japão e, no Brasil, nos estados da Bahia, Ceará, Espírito Santo, Minas Gerais, Paraíba, Pernambuco, Rio de Janeiro, Santa Catarina e São Paulo, merecendo diversos prêmios e distinções nacionais e internacionais.


Criada em 1993 pelo coreógrafo Paulo Caldas e pela bailarina Maria Alice Poppe, a Staccato Dança Contemporânea inicialmente trabalhou com duetos a partir das técnicas de contato improvisação e do Sistema Laban/Bartenieff de Análise do Movimento. Sua produção, singularizada por uma pesquisa sobre a linguagem cinematográfica em cena, mereceu prêmios e distinções nacionais e internacionais. Atualmente, a companhia trabalha em um núcleo estável de pesquisa e criação composto por seis bailarinos, iluminador, compositor, produtor e diretor/coreógrafo, aos quais se agregam outros artístas e colaboradores segundo as necessidades específicas de cada obra.

Tabela de conteúdo

Bailarinos

Paulo Caldas e Carolina Wiehoff

Obras

Pas (1993)

Uma coreografia em linha reta: aproximações, afastamentos, quedas e um fragmento da música de Pergolesi.

Pas

Direção e Coreografia: Paulo Caldas
Intérpretes: Maria Alice Poppe e Paulo Caldas
Iluminação: José Geraldo Furtado
Música: G. Pergolesi
Figurinos: Thereza Rocha
Produção: Staccato / Paulo Caldas


1994 - ADAGIO

Adagio (1994)

Adagio

Direção e Coreografia: Paulo Caldas
Intérpretes: Maria Alice Poppe e Paulo Caldas
Iluminação: José Geraldo Furtado
Música: Samuel Barber
Figurinos: Thereza Rocha
Produção: Staccato / Paulo Caldas

Falso Movimento (1995)

Falso Movimento é uma composição em que se justapõem dois solos: como linhas melódicas de uma música polifônica, duas linhas coreográficas se estabelecem simultaneamente, ainda que independentes uma da outra. Falso Movimento, expressão que nos remete diretamente ao cinema, pretende, através do jogo com certos recursos desta arte, estabelecer uma outra experiência de tempo e espaço daqueles dois solos.

Falso Movimento

Direção e Coreografia: Paulo Caldas
Intérpretes: Maria Alice Poppe e Paulo Caldas
Iluminação: José Geraldo Furtado
Música: Michael Nyman
Figurinos: Thereza Rocha
Produção: Staccato / Paulo Caldas

Você (1995)

Para a Companhia de Dança Vacilou Dançou / Carlota Portella

Direção e Coreografia: Paulo Caldas
Assistência de coreografia: Maria Alice Poppe
Iluminação: Renato Machado
Música: Roberto Carlos
Produção: Vacilou Dançou / Carlota Portella


Ostinato (1996)

Desenvolvimento coreográfico de elementos já presentes no premiado Pas, este Ostinato recorre também ao tango e a técnica de contato-improvisação para a composição de um duo em que os corpos lutam contra a gravidade para permanecer de pé e dançar.

Ostinato

Direção e Coreografia: Paulo Caldas
Intérpretes: Maria Alice Poppe e Paulo Caldas
Iluminação: José Geraldo Furtado
Música: Henay Purcell
Figurinos: Thereza Rocha
Produção: Staccato / Paulo Caldas


Basse Danse (Duo) 1997

Construída basicamente sobre uma única diagonal, esta coreografia mostra duas figuras que se movem uma na direção da outra e que parecem ignorar-se. Basse Danse, nome ligado a uma dança pré-clássica, serve aqui para nomear uma pesquisa de movimentos pós-clássica no nível do solo.

Direção e Coreografia: Paulo Caldas
Intérpretes: Maria Alice Poppe e Paulo Caldas
Iluminação: José Geraldo Furtado
Músicas: Michael Nyman
Figurinos: Thereza Rocha
Produção: Staccato / Paulo Caldas

Camarescura (1997)

Direção e Coreografia: Paulo Caldas
Intérpretes: Flávia Meireles, Maria Alice Poppe e Paulo Caldas
Assistência de Coreografia: Maria Alice Poppe
Iluminação e cenografia: José Geraldo Furtado
Música: Michael Nyman / W. A. Mozart
Figurinos: Thereza Rocha
Produção: Staccato / Paulo Caldas

Ligthmotiv - Díptico de Dança (1998)

Foi uma investigação sobre certos procedimentos próprios à linguagem cinematográfica, e sobre o modo com que poderiam reaparecer na cena coreográfica que se construiu este díptico de dança, e foi pelo reconhecimento do lugar da luz na constituição da imagem no cinema que ela - a luz - acabou por se tornar seu ligthmotiv. Da condição de díptico decorre o fato de que o sentido das expressões que nomeiam cada uma das partes deste espetáculo se estenda também à outra. "Ritornelo"- título da primeira peça - remete ao exercício sobre a repetição, que atravessa os movimentos e as imagens como um verdadeiro princípio dramatúrgico; "Camarecura"- título da segunda - remete, de um lado, ao cinema: a câmara obscura como o aparato em que se projetaram, há séculos, as primeiras imagens luminosas do mundo (a câmera cinematográfica é, pode-se dizer, uma variedade de câmara escura); e de outro, remete ao barroco, por sua predileção pelos interiores, onde um novo regime de luz pôde constuir formas inseparavelmente claras e escuras, formas de contornos rigorosamente indefinidos.

Lightmotiv

Direção e Coreografia: Paulo Caldas
Intérpretes: Flávia Meireles, Maria Alice Poppe e Paulo Caldas
Assistência de Coreografia: Maria Alice Poppe
Assistência de Direção: Thereza Rocha
Iluminação e cenografia: José Geraldo Furtado
Música: Ärvo Part / Erkki-Sven Tüür / Michael Nyman / W. A. Mozart
Figurinos: Thereza Rocha
Produção: Staccato / Paulo Caldas

Estudo 1 (1998)

Este Estudo 1 é um ensaio sobre as ideias de repetição e circularidade: corporalmente, privilegia a continuidade dos fluxos corporais e explora movimentos centrífugos e espiralados, assim como as quedas e o trânsito pelo chão.

Estudo 1

Direção e Coreografia: Paulo Caldas
Intérprete: Maria Alice Poppe
Assistência de Coreografia: Maria Alice Poppe
Assistência de Direção: Thereza Rocha
Iluminação: José Geraldo Furtado
Músicas: Erkki-Sven Tüür
Figurinos: Thereza Rocha
Produção: Staccato / Paulo Caldas

Inscrito - Solo para Angel Vianna (1999)

No epílogo de uma de suas obras, Jorge Luis Borges se refere a um homem - que é também ele próprio - que se propõe a tarefa de esboçar o mundo: "Ao longo dos anos, diz, povoa um espaço com imagens de províncias, de reinos, de montanhas, de baías, de naves, de ilhas, de peixes, de habitações, de instrumentos, de astros, de cavalos e de pessoas". Ao fim, "descobre que esse paciente labirinto de linhas traça a imagem de seu rosto". Esta breve peça coreográfica se pretende uma escrita feita sobre linhas que seguem contornos, marcas e traços; uma escrita que tem a gestualidade como recurso e que percorre, sobretudo, um rosto cujos relevos formam como que uma paisagem no tempo.

Direção e Coreografia: Paulo Caldas
Intérprete: Angel Vianna
Assistência de Coreografia: Maria Alice Poppe
Iluminação: José Geraldo Furtado
Músicas: J.S. Bach
Figurinos: Thereza Rocha
Fotos: Marcia Tabajara

Quase Cinema (2000)

Quase Cinema pretende ser a última parte de uma trilogia que busca estabelecer uma experiência cênica impregnada de elementos de linguagem cinematográfica. Falso Movimento (1996) e LightMotiv (1998) se afirmavam como investigações sobre como certos procedimentos de linguagem próprias ao cinema poderiam reaparecer na cena coreográfica, emprestando-lhe novos modos de composição de tempo e espaço. Tratava-se - e ainda se trata, basicamente - de um esforço de produzir sensações de cinema sem cinema, sem a maquinaria do cinema, lidando apenas com a concretude dos corpos em movimento.

Quase Cinema investiga o tempo como uma dimensão reinventada pelo cinema: a proposta é fazer conviver, entremeadas, três peça autônomas (um solo, um duo e um trio) e de estruturas temporais distintas, baseadas em textos de J. L. Borges e no roteiro de um filme não realizado de A. Artaud. E é de Artaud o argumento que serve como fio condutor do espetáculo: um homem que pensa, ao longo de dezoito segundos, uma série de acontecimentos que duram, na verdade, cerca de uma hora.

Direção e Coreografia: Paulo Caldas
Intérpretes: Flávia Meireles, Maria Alice Poppe e Paulo Caldas
Assistência de Coreografia: Maria Alice Poppe
Assistência de Direção: Thereza Rocha
Iluminação: José Geraldo Furtado
Músicas: W. Mertens / BO Harwood / Erkki-Sven Tüür
Figurinos: Thereza Rocha
Produção: Staccato / Paulo Caldas

Palimpsesto (2001)

Composição baseada no contato entre dois corpos que pretendem constuir uma única going line de movimento.

Palimpsesto

Direção e Coreografia: Paulo Caldas
Intérpretes: Maria Alice Poppe e Paulo Caldas
Assistência de coreografia: Maria Alice Poppe
Iluminação: José Geraldo Furtado
Músicas: Felipe Rocha
Figurinos: Márcia Poppe
Produção: Staccato / Paulo Caldas

Palimpsesto

Palimpsesto (Repertório de Duos) 2002

Espetáculo construído com três duos de repertório da companhia (Palimpsesto, Ostinato e Falso Movimento, reunidos especialmente para a Biennale de la Danse, de Lyan (França) de 2002.

Direção e Coreografia: Paulo Caldas
Intérpretes: Maria Alice Poppe e Paulo Caldas
Assistência de coreografia: Maria Alice Poppe
Iluminação: José Geraldo Furtado
Música: Chris Lancaster / Felipe Rocha
Figurinos: Márcia Poppe / Thereza Rocha
Produção: Staccato / Paulo Caldas

Fragmentos para Coreografismos 1 (2003)

Este breve solo antecipa elementos de pesquisa concebidos para o espetáculo Coreografismos, da Staccato. A pesquisa corporal insiste no que se tornou uma de suas maiores marcas - a continuidade dos fluxos de movimento - circunscrita, aqui, a um exíguo espaço arquitetado pela luz.

Direção e Coreografia: Paulo Caldas
Intérpretes: Alexandre Franco
Assistência de Coreografia: Maria Alice Poppe
Assistência de Direção: Thereza Rocha
Iluminação: José Geraldo Furtado
Música: Chris Lancaster
Figurinos: Márcia Poppe
Produção: Staccato / Paulo Caldas

Fragmentos para Coreografismos 2 (2003)

Habitando uma exígua geografia e tendo por base o contato entre dois corpos, esta composição pretende construir com eles uma única linha de movimento.

Fragmentos para Coreografismos 2

Direção e Coreografia: Paulo Caldas
Intérpretes: Maria Alice Poppe e Paulo Caldas
Iluminação: José Geraldo Furtado
Música: Chris Lancaster
Figurinos: Márcia Poppe
Produção: Staccato / Paulo Caldas

Fragmentos para Coreografismos 2


Basse Danse - solo (2004)

Esta "dança baixa" é construída como um exercício sobre a circularidade. Basse Danse, nome ligado a uma dança pré-clássica, serve aqui para nomear uma pesquisa de movimento pós-clássica no nível do solo.

Direção e Coreografia: Paulo Caldas
Intérprete: Marcellus Ferreira
Iluminação: Binho Shaeffer
Músicas: Chris Lancaster
Produção: Staccato Paulo Caldas

Coreografismos (2004)

Lembrar ter lido, uma vez, um trecho de um romance do escritor Georges Perec, em que ele decidira não utilizar a letra "e", a letra mais usada na língua francesa. Ao lado, ele havia deixado uma versão do mesmo texto sem esta restrição desviada dos "e" e recorrendo a palavras que, do contrário, nunca apareceriam. Ítalo Calvino, leitor de Perec, reescreve as palavras de Nietzche ("o que se denomina invenção é sempre um grilhão auto-imposto") ao afirmar que o jogo só faz sentido com regras de ferro, a auto-imposição de uma disciplina sem sentido transcendente. Tal princípio motiva este Coreografismos. Numa paisagem predominantemente restrita a um quadrado de quatro metros de lado e habitada por cinco bailarinos, pretende-se estabelecer a composição cênica como um exercício sobre a ideia de limitação: limitação espacial - a quase totalidade das frases de movimento se inscrevem mesmo num quadrado ainda menor (1m) - e limitação de elementos e regras de composição - a continuidade do fluxo de movimento, o contato das mãos, o trânsito diagonal, a permanência em cena, os arcos desenhados do vocabulário que se contrapõem à angulosidade e à dureza das linhas que, sob os pés, definem o cenário.

Coreografismos

Direção e Coreografia: Paulo Caldas
Intérpretes / Pesquisa de Movimento: Carolina Wiehoff, Natasha Mesquita, Maria Alice Poppe, Paulo Caldas e Toni Rodrigues
Iluminação: José Geraldo Furtado
Técnico de Luz: Luiz Olive
Músicas: Chris Lancaster
Figurinos: Márcia Poppe
Produção: Stacatto / Paulo Caldas

Filme (2006)

Filme é um espetáculo que aproxima coreografia e cinematografia como escritas de movimento. Como estratégia, recorre a efeitos-cinema para compor tempo e espaço de modo a desfazer a continuidade usualmente experimentada diante da cena de dança.

O tempo: em filme, a luz enquadra e corta a cena, permitindo-lhe procedimentos de montagem em que os acontecimentos de movimento já não se sucedem segundo qualquer linearidade.

O espaço: em filme, o olhar passa a integrar mais do que a percepção fixa diante do palco italiano; o olhar transita sobre a cena e também para espaços anteriormente fora do quadro, deslocando lateralmente toda a cena.

Retomando a pesquisa cênica que produziu a trilogia Falso movimento (1996), LightMotiv (1998) e Quase cinema (2000), Filme é um esforço para que, no palco de uma nova coreografia, dança e cinema se confundam.

Direção e Coreografia: Paulo Caldas
Intérpretes / Pesquisa de Movimento: Carolina Wiehoff, João Paulo Gross, Natasha Mesquita, Maíra Manaeschy, Paulo Caldas, Toni Rodrigues
Iluminação: José Geraldo Furtado
Técnico de Luz: Luiz Oliva
Músicas: Chris Lancaster
Figurinos: Nay Madeira
Produção: Staccato / Paulo Caldas e Verônica Prates


Filme - 2006

Quinteto (2008)

Quinteto, o novo espetáculo da Staccato / Paulo Caldas, diferentemente de obras anteriores do coreógrafo, não se remete a nada exterior aos acontecimentos da cena de dança: nenhum investimento em elementos das artes plásticas ou do cinema (que tanto marcam o percurso do coreógrafo), nenhuma narrativa insinuada, nenhum tema senão o corpo e o movimento.

Quinteto integra em si partituras coreográficas quase separáveis como peças autônomas e nascidas de uma mesma base de pesquisa corporal. A continuidade dos fluxos característica das obras de Paulo Caldas se encontra, então, atravessada pelas diferentes soluções que cada intérprete - na diferença de seu corpo e de sua mobilidade - produz.

Quinteto tem por objeto o corpo: suas velocidades, lentidões, detenções e deformações. É o corpo em movimento, sua dramaturgia, que produz os vetores do espaço, as tensões no tempo e a arquitetura da cena.


João Paulo Gross e Toni Rodrigues

Direção e Coreografia: Paulo Caldas
Intérpretes / Pesquisa de Movimento: Carolina Wiehoff; João Paulo Gross, Natasha Mesquita, Paula Maracajá, Paulo Caldas, Toni Rodrigues
Iluminação: Renato achado
Músicas: Erkki-Sven Tuur, John Cage, Lepo Sumera, Rodrigo Ramalho
Figurinos: Ticiana Passos
Programação Visual: Karin Palhano
Produção: Verônica Prates
Assistente de Produção: Nely Coelho

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