Ânima cia de dança
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Edição de 23h53min de 11 de outubro de 2011
Ânima Cia de Dança
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História
A Ânima Cia. de Dança foi criada por Eva Schul em 1991, em Porto Alegre. Sua primeira produção foi a coreografia “Estória para surdos” (1991), a qual integrou a Mostra Olhar Contemporâneo da Dança, no Rio de Janeiro. A partir de então o trabalho do grupo tem sido uma das referências ao se falar de dança contemporânea no estado do Rio Grande do Sul. Além das apresentações nos teatros e salas pertencentes à Secretaria Municipal de cultura de Porto Alegre, o grupo circulou com seus trabalhos em diversas cidades do estado (Pelotas, Santa Maria, Alegrete, Dom Pedrito, Caxias do Sul) e em outros estados (Paraná, Minas Gerais, Bahia, Sergipe, Pernambuco).
As influências que permeiam o trabalho da companhia são a dança moderna mais precisamente de Hanya Holm e Alwin Nikolais e ainda a dança pós-moderna norte americana. Os bailarinos da companhia utilizam basicamente como preparação técnica as aulas de dança contemporânea ministrada por Eva Schul. Estas aulas são uma importante referência durante os processos de criação e de remontagem, pois tornam se parte do repertório técnico dos bailarinos.
Como procedimentos de criação o grupo realiza criações inéditas e remontagem de coreografias que fazem parte do repertório da companhia. Para a criação de obras inéditas, são utilizados procedimentos de improvisação onde os bailarinos são incentivados a compor frases de movimento baseados no tema a que se refere a coreografia. Na remontagem do repertório da companhia, os registros em vídeo das primeiras versões das coreografias são utilizados pelos bailarinos como ponto de partida para a recriação das obras. Nos dois casos – remontagem ou criação – os bailarinos apresentam à coreógrafa um esboço da coreografia. A partir do material produzido pelo elenco, o coreógrafo estrutura a obra. Como destaca Eva Schul, o papel do coreógrafo é semelhante ao de um maestro que organiza a apresentação.
Coreografias
- Estórias para surdos, 1991
- O Convidado, 1993
- Fio Partido, 1993
- Ser Animal,1993
Coreografia Ser Animal por Eduardo Severino para Dar Carne a Memória eixo II 2010, foto de Lícia Arosteguy.
Espetáculos
- Perfil, 1992
Espetáculo cuja temática era o perfil da obra de Eva Shul de 1986 a 1991. Através das coreografias "Hall of Mirrors", "Estórias para Surdos", "Reflexos”, "Interiores", "Fragmentos de uma Obra Inacabada".
Ficha Técnica
Coreografia: Eva Schul,
Intérpretes: Adréa Druck, Cibele Sastre, Eduardo Severino, Gelson de Oliveira, Gerson Berr, Mônica Dantas, Rosangela Brasil, Rosiane Zorzatto, Tize Rangel e Vera Torres.
Música: Krafetwerk, Klaus Nomi, Pink Floyd e música especialmente composta de Totonho Villeroy para “Fragmentos de uma Obra Inacabada”.
Figurinos: Eva Schul e Felipe Helfer (para a coreografia “Fragmentos de uma Obra Inacabada”)
Iluminação: César Ramires
Produção: Tizie Rangel, Márcia Krause e Ânima Cia de Dança
- Panos,1993
O espetáuculo realizou uma homenagem a Alwin Nylolais, criador de um estilo chamado magia de cena. Está produção foi concebida para públicos não familiarizados com a dança e ainda para ser apresentado em ambientes alternativos. Coreografias pertencentes a esse espetáculo: “Descoberta”, “Geometria”, “Tiro, liro livre”.
Ficha Técnica
Coreografia: Eva Schul
Intérpretes: Ana Cláudia Bonini, Andrea Druck, Cibele Sastre, Eduardo Severino, Gélson de Oliveira, Mônica Dantas, Rosângela Brasil, Rosiane Zorzatto, Tize Rangel, Vera Torres.
Figurinos: Malu Rocha e Alexandre Silva
Música: Geométrica - Osamu; Tiro liro livre - Mark Isham.
- Caixa de Ilusão,1994
O espetáculo é inspirado na peça "O Balcão" de Jean Genet.
Ficha Técnica
Coreografia e Direção: Eva Schul
Intérpretes: Alessandro Dal'Olmo, Ana Clara Bonini, Cibele Sastre, Eduardo Severino, Gérson Berr, Roselito Amaral, Mauro Magalhães, Mônica Dantas, Tatiana da Rosa.
Cenário: Felipe Helfer
Música Composta especialmente para o espetáculo: Ricardo Severo e Totonho Villeroy
Iluminação: Maurício Moura
Produção: Elis Produções
- Tons,1994
As variações de humor que separam e unem os seres humanos; brincadeira com o nome Tom Waits. Este espetáculo foi realizado no porão do Teatro Renascença.
Ficha Técnica
Coreografia: Eva Schul
Intérpretes: Alessandro Dal'Ollmo, Ana Clara Bonini, Cibele Sastre, Eduardo Severino, Mônica Dantas e Tatiana da Rosa.
Música: Tom Walts
Iluminação: Ânima Cia de Dança
Produção: Ânima Cia de Dança
- Dança da Dúvida, 1997
Essa produção surgiu a partir da temática do museu da Dúvida da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Mais especificamente sobre a impossibilidade de um saber total sobre o mundo.
Ficha Técnica
Coreografia e Direção: Eva Schul
Intérpretes: Ana Bonini, Cibele Sastre, Eduardo Severino, Luciano Tavares, Marco Fillipin, Fernanda Leite, Thaís Petzhold.
Iluminação: Jorge Rodrigues
Produção: Simone de Paula
- Relações,2001
Esse espetáculo é composto por dois atos o primeiro o chamado de “Reais-Ações” que trata do ser social em quatro movimentos, enfatizando o ser em relação ao mundo e seus semelhantes. E o segundo ato “De um a Cinco” que trata dos diferentes enfoques relacionais entre o eu e os outros eus. Essa produção recebeu o Prêmio de Circulação Nacional do Projeto Em Cena Brasil Funarte, para que o espetáculo fosse apresentado em Salvador, Aracaju e Recife.
Ficha técnica
Coreografia e Direção: Eva Schul
Intérpretes: Ana Guasque, Caroline Lemos, Fernanda Leite, João Fernando Filho, Marco Fillipin
Figurinos: Daniel León e Ânima Cia de Dança
Cénário: Adriana Sanmartin Iran
Iluminação: Carmem Salazar
Produção: Ânima Cia de Dança e Marcelo Zamora
- De um a Cinco, 2001
Essa produção aborda a temática da relação do eu com os outros eus em cinco momentos. O primeiro é a solidão, o segundo o afeto, o terceiro amizade, o quarto a discórdia e o quinto o retorno a solidão. Este espetáculo foi remontado em 2011.
Ficha Técnica
Coreografia e Direção: Eva Schul
Intérpretes: Ana Guasque, Caroline Lemos, Luciano Tavares, Eduardo Severino e Fernanda Leite. Sheila Martins, Marco Fillipin e Carla Vendramin.
Figurinos: Ânima Cia de Dança
Iluminação: Carmem Salazar
- Salamanca do Jarau, 2002
A produção é inspirada no conto “A Salamanca do Jarau” do livro "Contos Gauchescos", que tem como narrador/personagem Blau Nunes. O espetáculo parte do ponto de vista do narrador e salienta a metáfora da dominação da natureza.
Ficha Técnica
Coreografia e Direção: Eva Schul
Intérpretes: Ana Guasque, Caroline Lemos, Luciano Tavares, Marco Fillipin, Viviane Lencina, Adilson Machado, Ana Rita Caldarte, Clara dos Anjos, Carla Vendramin, Carolina Guimarães, Maíra Mendes, Rafaela Winter, Mariano Neto, Tatiane Missel, Vera Carvalho.
Figurinos: Daniel Lion
Cenário: Rogério Nazari
Música: Luis Cosme
Produção: Luis Cosme
Iluminação: Gilberto Fonseca
- Catch como segurar um instante,2003
Essa produção buscou explorar dos princípios do equilibro, desequilíbrio e da descentralização dos corpos. Em 2005 recebe o Prêmio Caravana Cultural Funarte, para apresentações no Paraná e em Minas Gerais.
Ficha Técnica
Coreografia e Direção: Eva Schul
Intérpretes: Alexandre Bado, Ana Guasque, Carla Vendramin,Caroline Lemos, Eduardo Severino, Luciano Tavares, Marco Fillipin, Viviane Lencina.
Iluminação: Gilberto Fonseca
Música especialmente composta: Celau Moreira
- Na Quina do Tempo,2006
O espetáculo tem como tema as fobias da metrópole, a ação do tempo e da cidade sobre os nossos corpos.
Ficha Técnica
Direção: Eva Shul
Intérpretes: Aline Mello, Sofia Schul, Viviane Lencina.
- Tão Longe tão perto, 2007
O espetáculo trata das questões contemporâneas de dilatação/supressão do tempo em relação ao espaço. O trabalho teve como subsídio os novos estudos da física quântica, mesclados às sensações cotidianas. Essas sensações se imprimem nas dificuldades de comunicação com os outros: amores, amigos, parentes. Na incompreensão dos sentimentos alheios, na comunicação interrompida. A vida nas grandes cidades gera: Desencontro/atraso/engano - Medos/ Barreiras. Mas estamos em busca de encontros verdadeiros. Em cena veremos, na poética dos corpos em movimento, questões intrínsecas ao homem contemporâneo.
Ficha Técnica
Direção: Eva Schul
Interpretes Criadoras:Renata de Lélis e Viviane Lencina
Figurino e cenário: Ânima Cia. de Dança
Trilha Pesquisada: Felipe de Paula
Iluminação: Mateus Staniscuaski
Produção: Mateus Staniscuaski
[1]
- Dar Carne a Memória, 2010- Recebeu Prêmio Klauss Vianna de Dança 2009
Projeto que contemplou a realização de dois espetáculos com remontagens de coreografias do repertório da companhia.[2]- Dar Carne a Memória eixo I
Reuniu obras em conjunto: “Um Berro Gaúcho” 1977, “Hall of Mirros” 1986 e “Catch como segurar um instante” 2002, realizadas por estudantes de dança, os quais puderam se aproximar, também, do trabalho de aula de Eva Schul.
- Dar Carne a Memória eixo I
Ficha Técnica
Coreografia e Direção: Eva Schul
Direção Cênica: Viviane Lencina e Sofia Schul
Intérpretes: Alessandro Rivellino, Bibiana Altenbernd, Cláudia Dutra, Everton Nunez, Fernanda Boff, Fernanda Santos, Gabriela Santos, João Lima, Júlia Ludke, Juliana Rutkowski, Juninho Grandi, Luciana Hoppe, Luiza Moraes, Licia Arosteguy, Maira Meimes e Paola Vasconcelos.
Figurinos: Luciane Soares e Eva Schul
Iluminação: Carmem Salazar
Música: Kraft werk “Hall of Mirrors” e trilha especialmente composta de Toneco e Carlinhos Hartlieb para “Um Berro Gaúcho” e de Celau Moreira para “Catch como segurar um instante”.
Produção: Jerri Dias
Foto de Marina Camargo, coreografia "Hall of Mirrors"
- Dar Carne a Memória eixo II
Celebração da obra coreográfica de Eva Schul através de recriações e releituras pelos intérpretes - criadores que participaram da elaboração dessas obras como integrantes da Ânima Cia. De Dança. "Solitude"; "Fio Partido"; "Ser Animal"; "Caixa de Ilusão"; "Do Branco" e "De um a Cinco"
Ficha Técnica
Coreografia: Eva Schul
Direção Cênica: Suzi Weber
Direção: Eva Schul e Mônica Dantas
Intérpretes: Luciana Paludo, Eduardo Severino, Mônica Dantas, Tatiana Rosa, Luciano Tavares e Viviane Lencina.
Música: Solitude - Eric Satie, O Fio Partido - Bessie Smith na voz de Dina Washinton, Ser Animal - trilha composta por Antônio Villeroy, Caixa de Ilusões - trilha composta por Antônio Villeroy, Do Branco - Tom Waits com interferência de Tatiana da Rosa e Pablo Sotomayor e De um a Cinco - trilha composta por Guenter Andreas.
Iluminação: Carmem Salazar
Produção: Jerri Dias
Premiações
Troféu SATED/RS: 1992, melhor espetáculo (Perfil), coreografia e direção. Troféu SCALP: 1993, melhor espetáculo (Panos) e personalidade da dança. Prêmio Açorianos:
- 1995, melhor cenário e música (Caixa de Ilusões)
- 2008, melhor coreografia (Na quina do tempo)
- 2010, melhor coreografia e melhor espetáculo (Dar carne à memória II), melhor produção (Dar carne à memória I e II).
- Trófeu Brasken em Cena: 2010, melhor bailarino para Eduardo Severino (Dar Carne a Memória II).
Referências
Acervo pessoal do grupo concedido para o projeto de pesquisa DANTAS, Mônica et al. Construção de um mapa artístico, histórico e cultural da dança contemporânea no Rio Grande do Sul: primeiros movimentos. 2009
Questionário concedido para o projeto de pesquisa DANTAS, Mônicaet al. Temas, técnicas e procedimentos de criação em dança contemporânea: construindo de um mapa artístico, histórico e cultural da dança contemporânea no Rio Grande do Sul. 2010
[3]