Araruna
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Edição atual tal como 19h30min de 25 de fevereiro de 2017
Autor: Massuel dos Reis Bernardi
A Araruna é compreendida como uma dança de salão, que reúne vários números coreográficos, como uma das Danças Populares do Rio Grande do Norte, Câmara Cascudo (1954) classifica-a como única, exceção às outras danças folclóricas.
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Histórico
Araruna é uma dança de salão; com calendário flexível, pois não tem sua apresentação relacionada a nenhum ciclo festivo. Por outro lado, na obra de Cáscia Frade (1997) é associada a uma dança amazônica, que ocorre durante o mês de junho.
Está fortemente presente na cidade de Natal-RN.
A Araruna, tem sua origem no grupo São João na Roça, do bairro das Rocas, fundado em 1949 pelo Mestre Cornélio Campina (diretor artístico do grupo) e amigos, que pretendiam formar um grupo que se apresentasse durante todo o ano.
A Sociedade Araruna
Conta-se que Mestre Cornélio usava o quintal de sua casa para os ensaios, que ele mesmo organizava. Quando o prefeito, Djalma Maranhão doou o local da atual sede, situada à Rua Miramar. Foi o próprio Djalma Maranhão que sugeriu a formação de uma sociedade. Cascudo (1954) nomeou, então, a sociedade de Araruna, pois esta era o primeiro número da dança que se tinha notícia.
A Sociedade Araruna foi fundada oficialmente em 24 de julho de 1956, pelo mestre Cornélio Campina. Teve como primeiro presidente João Francisco Gregório e primeiro mestre-sala, Chico Vicente. Suas raízes apontam por volta do ano de 1949 sob a direção artística de Mestre Cornélio Campina, sua sede foi fundada em 1962 e apresenta um estatuto registrado. Nas obras de escritores norte-rio-grandenses, como
Deífilo Gurgel além de ser o único grupo de dança do Estado que apresenta um estatuto próprio.
Desde o início enfrenta dificuldades, sobrevivendo graças à determinação do grande mestre Cornélio, que era a figura de identidade e referência do grupo. Morreu aos 99 anos, em agosto de 2008.
A Palavra Araruna
Cascudo (1954) diz que Araruna é nome de um pássaro preto do Amazonas, parecido com a graúna conta ex-presidente da Sociedade, Luiz Matias da Silva.
A Dança
Araruna é oriunda das danças aristocráticas de salão, de origem europeia, misturada com a valsa, polca, xote, mazurca e estilo popular de caráter folclórico. Apresentam-se normalmente com oito a dez pares de dançarinos que executam diversos números, alguns de origem folclórica, outros não."Caranguejo", "Bode", "Besouro" "Araruna" "Camaleão", "Jararaca", "Maria Rita", "Xote Sete Rodas", "Miudinho", "Mazurca", "Maria Rendeira!”, “Bode”, são alguns dos números dessa dança tão peculiar.
A disposição se dá com os pares formando círculos concêntricos, cavalheiros no de fora e damas no de dentro. Os pares desenvolvem passos laterais para a direita e para a esquerda. No estribilho, dão meia volta em torno de si mesmos, batem os ombros enviesadamente, terminando com forte batido de pé. A letra da canção faz referência a um passo de mesmo nome, oriundo do Pará.
Indumentária
A vestimenta remete à “aristocracia” dos séculos anteriores.
Os cavalheiros usam fraque (casaca), calças longas, gravata pomposa e cartola. As damas, longas saias rodadas, blusas de renda e sandálias.
A Música
O acompanhamento musical é feito normalmente ao ritmo de sanfona (acordeom), viola/violão, e pandeiro ou outro instrumento de percussão.
A cantiga mais conhecida conta a estória do pássaro Araruna dizendo que este pássaro veio de um lugar longe que neste lugar existia uma menininha que ficava olhando o Araruna cantar e que lá também existia um homem o qual queria pegar o pássaro. A menininha, como gostava do Araruna, disse:
XÔ, XÔ, XÔ, ARARUNA,
XÔ, XÔ, XÔ, ARARUNA,
XÔ, XÔ, XÔ, ARARUNA.
NÃO DEIXA NINGUÉM TE PEGAR!
Ver Também
Referências
CASCUDO, Luís da Câmara. Dicionário do Folclore Brasileiro. Rio de Janeiro: 1954.
FRADE, Cáscia. Folclore. São Paulo: Global, 1997.
Deífilo Gurgel - Danças Folclóricas do RN -Cadernos de Educação 2 - Secretaria do Estado da Educação,Cultura e dos Desportos - Natal/RN